Programa trará inúmeros
benefícios, sobretudo, a revegetação e recuperação das nascentes e margens do
Córrego Macambira e do Ribeirão Anicuns
A
recuperação ambiental tem sido assunto corrente em todo o mundo. Meio ambiente
e sustentabilidade, vez ou outra, ocupam o cenário de discussões. Conferência
das Nações Unidas Rio+20, Congressos, Simpósios, Semana Mundial do Meio
Ambiente, e tantos outros, abordaram e abordam o tema, trazendo a preocupação à
tona. A ocupação desordenada das cidades e os hábitos de desrespeito do homem com
a natureza estão entre os principais pontos levantados.
Não é de
hoje que se fala em mudar a realidade de degradação por que passa a natureza.
Em Goiânia essa preocupação é antiga e remonta a concepção original da cidade,
com o plano urbano elaborado pelo arquiteto Atílio Corrêa Lima, pautado na
concepção da convivência entre o urbano e a natureza, por meio da idéia das
cidades-jardim, procurando resguardar a organização e ordenação dos espaços
urbanos integrados ao verde dos bosques e fundos de vale.
Em linhas
gerais, o Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama) busca contribuir
para equacionar os problemas ambientais, urbanísticos e sociais que afetam a
cidade de Goiânia, resultantes da ocupação desordenada do espaço urbano, em
especial das margens dos cursos d’água Macambira e Anicuns.
Edificações
em área de preservação permanente, processos erosivos, lançamentos irregulares
de efluentes, deposição de resíduos sólidos ao longo dos vales e falta de
proteção adequada para as áreas de recarga dos lençóis freáticos, estão entre
os problemas detectados. O Puama quer recuperar esse cenário e ainda ampliar o
debate e a conscientização ambiental de toda a população da Capital, estimulando
a participação (individual e coletiva) dos cidadãos no processo de construção
de um desenvolvimento sustentável da cidade.
Meio
ambiente
Entre as
intervenções previstas estão a execução de obras estratégicas, que vão da
revegetação e recuperação das margens e leitos de rios e córregos, ao
melhoramento de pontes e bueiros, que irão minimizar os problemas ambientais
existentes. Além disso, o Programa prevê a regularização urbana e o
reassentamento de famílias e negócios, bem como realização de obras de infraestrutura
urbana e social, na área de abrangência do Programa, tais como pavimentação,
drenagem, iluminação, unidades educacionais (ensinos fundamental e infantil),
unidades básicas de saúde familiar, centros comunitários, quadras
poliesportivas, praças, entre outros.
Melhorias
que virão como resultado e complemento de todo um processo de recuperação
ambiental empreendido nas margens do Córrego Macambira e do Ribeirão Anicuns.
“Restabelecer a vegetação original da área dos 385,5 hectares que compõem os
Parques do Programa é o foco principal do Puama”, informa o Coordenador
Executivo do Programa, Valdi Camarcio. De acordo com o coordenador, primeiro
será feito o replantio de espécies nativas e a proteção das margens para
corrigir o estágio atual de degradação em que as áreas se encontram.
A
construção de demais equipamentos e obras previstas no Programa visa garantir
que a população usufrua desse espaço ambientalmente recuperado. “A construção
de núcleos de conforto, parques de vizinhança além de outros equipamentos de
lazer, são benefícios que virão em razão da construção dos Parques do Puama e
irão garantir a apreciação paisagística e usufruto dos bens ali instalados”,
destaca.
Revegetação
Além
disso, as intervenções na área são realizadas com a preocupação de preservar ao
máximo a plantação nativa. Segundo a gestora ambiental Érika Maria Siqueira,
Especialista em Manejo de Áreas de Conservação e integrante da equipe do Puama,
toda espécie que deverá ser retirada para viabilizar as obras foi catalogada e
o levantamento foi encaminhado à Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) para
autorizar a supressão, mas o impacto ambiental será reparado com o replantio de
mudas em toda área dos Parques. “Para se ter uma idéia, a recomposição arbórea
será bem superior à retirada – serão plantadas mais de 120 mil mudas árvores, o
que significa a revegetação de mais de 200 hectares do total de 385,5 hectares
que compõem o Parque Linear e o Parque Ambiental Macambira”, destaca.
Conforme
um estudo realizado pela Amma, Goiânia é a capital brasileira que possui maior
número de metros quadrados de áreas verdes por habitantes no Brasil. Segundo o
levantamento, Goiânia possui 94 m² de áreas verdes por habitante, superando
Curitiba, que possui 51 m² de área verde por habitante e era, até então,
considerada a capital brasileira que ocupava o primeiro lugar no ranking desse
tipo de comparativo.
Com a
implantação dos Parques do Programa esse índice será ainda melhor, pois com o
plantio de mais de 120 mil mudas nativas ao longo dos parques, o Puama
acrescerá um índice de 3,6 m2 de áreas verdes por habitante elevando para 97,6
m2/hab.
Autor: Selma Soares
Nenhum comentário:
Postar um comentário