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segunda-feira, 23 de março de 2015

EQUIPE DO PROGRAMA MACAMBIRA ANICUNS VISITA CASA SUSTENTÁVEL

Visita teve o objetivo de conhecer in loco a aplicação de práticas sustentáveis na execução de diferentes projetos arquitetônicos e paisagísticos

Especialistas do Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama) visitaram uma casa sustentável na Ecovila Santa Branca, na última sexta-feira, 20. O Condomínio de sítios ecológicos, localizado no município de Terezópolis, conta com unidades residenciais construídas seguindo diretrizes de uma unidade sustentável e ecologicamente correta, privilegiando a harmonia com a natureza. O local, que antes era uma fazenda desmatada, hoje se encontra bastante arborizado com mais de 250 espécies nativas, sendo cerca de 100 tipos de frutas, 72 mil mudas de árvores diversas plantadas na área comum. 
A casa visitada pertence a um dos idealizadores da Vila, o veterinário Antônio Zayek, que com muita disposição e simplicidade abriu as portas da residência à equipe e deu uma verdadeira aula sobre práticas sustentáveis na elaboração de projetos paisagísticos e urbanísticos. Segundo Zayek vale a pena investir nessas práticas, pois o projeto já começa a colher os seus frutos, pois já percebem o aumento da biodiversidade local: tanto da flora, pois antes existiam seis espécies e hoje são mais de 250 e da fauna local, com inúmeros pássaros, lobos-guará, etc. “A gente poder trazer tudo isso para o convívio humano, é riqueza demais. Então tem que pensar nisso, desenhar pra abundância, avaliar situações.Ver o que você fez no seu micro-ambiente para que seja limpo e ver o que está acontecendo com a biodiversidade, com a água, com o solo para que possa sofrer um impacto ambiental positivo”. 
O ‘passeio’ foi proposto pelo Coordenador Geral do Puama, Nelcivone Melo, como uma forma de estimular os especialistas a pensarem de forma sustentável na elaboração e acompanhamento dos projetos do Programa. “É uma pequena semente para a tomada de práticas sustentáveis no nosso dia-a-dia e no nosso trabalho, contribuindo com a natureza, respeito à biodiversidade e garantindo uma melhor qualidade de vida no planeta”, afirma.

A Ecovila
A Ecovila Santa Branca foi lançada no ano de 2003 no município de Terezópolis de Goiás, a 25 km de Goiânia. Trata-se de um condomínio horizontal diferenciado, que segue padrões de sustentabilidade. Do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, as ecovilas propõem estruturas físicas e tecnológicas comprometidas com o uso não excessivo de recursos, dentro de uma permanente visão de reciclagem e respeito à biodiversidade
Dentre algumas práticas que fortalecem este objetivo estão o uso de sistemas de energias renováveis; a recuperação ambiental e revegetação; as práticas permaculturais (movimento mundial de design ambiental de cultura permanente); o uso de materiais de baixo impacto ambiental nas construções; dentre outras. A bioconstrução é um modelo de arquitetura que defende cuidados básicos, visando alterar ao mínimo possível o meio ambiente em que a estrutura se insere, usando assim o máximo de recursos naturais em iluminação, ventilação e vegetação; reduzindo o consumo de água e energia; mantendo uma gestão adequada dos resíduos gerados durante e após a construção e utilizando materiais ecologicamente corretos, como madeira de demolição, adobe etc. 

A visita
Durante o passeio os especialistas puderam conferir as práticas sustentáveis aplicadas na construção da casa e práticas e hábitos sustentáveis do anfitrião. A residência foi toda construída em estrutura de adobe (tijolo de barro que) e o pé-direito da casa foi feito com refugos de pedra Pirenópolis, em forma de muro de arrimo. O piso da casa, assim como o forro, em alguns ambientes, foram construídos com madeira reaproveitada. Toda a estrutura da casa privilegia a iluminação natural, com amplas janelas e portas, tanto de madeira reaproveitada quanto de vidro, permitindo a entrada dos raios solares. A varanda possui teto verde e a garagem é feita na estrutura de pergolado com uma espécie de trepadeira fazendo a cobertura. O local ainda conta com placas para captação da energia solar para aquecimento da água dos chuveiros, horta, 12 cântaros (potes) ao redor da casa que captam e filtram a água da chuva, que é armazenada em um depósito de 250 mil litros construindo no local onde cavaram para retirar a argila para a fabricação do adobe. Para a revegetação do terreno Antônio Zayek foi atrás da sua herança cultural revisitando cada ponto da sua história para coletar sementes e mudas de plantas com valor sentimental, que foram plantadas por avós ou mesmo que fizeram parte da sua infância. Ele plantou cajueiros, goiabeiras, mangueiras, entre outros e até um pé de coité no quintal. Todos motivo de honraria e orgulho  para ele. 
Outro ponto bastante interessante é a chamada fossa bio-séptica, construída no quintal da casa, em que o esgoto produzido é recebido numa caixa de alvenaria impermeabilizada, construída no nível do solo ou até dois metros abaixo, dependendo da altura do lençol freático. No canteiro são plantadas mudas de espécies arbóreas que gostam de água como bananeiras ou bambus e funciona como uma horta, porém, recebendo água e adubo orgânico, provenientes dos resíduos domésticos, de baixo para cima. O que pode ser um problema geral, devido ao impacto sobre o meio ambiente na deposição dos efluentes sobre o lençol freático pelas fossas sépticas convencionais ou no leito dos rios pelo sistema de tratamento de esgoto domiciliar, pode ser solucionado por meio desse novo sistema, de forma eficaz e sem agredir a natureza. Dessa forma, cada família resolve, dentro da sua propriedade, um problema antes transferido para a sociedade.

Autor: Selma Soares, da editoria Macambira Anicuns


Garagem de pergolado



Zayek explica como funciona a fossa bio-séptica


Janelas e portas amplas permitem a entrada de iluminação natural


Casa é construída em estrutura de adobe


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